Em Portugal, se uma pessoa for muito boa, o mercado não tem capacidade financeira para lhe pagar
A Comissão Europeia estima que no final de 2015 fiquem 8.100 vagas de emprego por preencher em Portugal na área das TIC. Em 2012, ficaram 3.900 e em 2020 estima-se que fiquem 15 mil. No total dos Estados-membros da União Europeia, a comissão estima que fiquem 913 mil vagas por preencher. Para dar a volta a esta questão, têm sido desenvolvidas várias iniciativas para reconverter competências de licenciados noutras áreas em competências tecnológicas, como as lançadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e 26 universidades ou pela Academia de Código. Será suficiente?
Apesar da falta de candidatos, recuperar talento que emigrou parece ser uma opção distante e as vozes estão mais ou menos unidas: as diferenças salariais e a cultura empresarial que se vive em Portugal impedem “os nossos programadores” de voltar. José Paiva, fundador e líder da Landing.jobs, acrescenta outro problema: a dimensão do mercado português. Ou melhor, a falta dela. “Em Portugal, se uma pessoa for muito boa, o mercado não tem capacidade financeira para lhe pagar. Tendencialmente, perdemos sempre os melhores porque a nossa capacidade para pagar é menor do que noutros países”, explica.
In Os ‘geeks’ emigram porque Portugal não os valoriza. É o país do “desenrasca-te”