Solteiro e a viver com os pais, também eles em situação de desemprego, Carlos é o exemplo de uma nação suspensa na esperança de uma vida onde figuram casa, família, conforto, estabilidade e um emprego com perspetivas. Como muitos da sua geração, ele representa a face de um Portugal novamente adiado e esquecido das promessas daquele 25 de abril de 1974.
Um país do “faz de conta”, onde seis em cada dez postos de trabalho criados são estágios.
O Reino Unido é a “Fabrica de Empregos da Europa”, David Cameron
Falemos com clareza. Os estágios são importantes mecanismos de requalificação/formação e até empregabilidade quando direcionados a grupos específicos, com conta peso e medida. O objetivo último é sempre a transição para um emprego com condições e bem pago.
Usar os estágios para substituir o emprego, mascarar o desemprego, desincentivar a contratação e baixar o nível salarial é transformar o mundo do trabalho numa grande máquina de usar precários, pessoas.